Espaço da Imaginação promove oficina em Duque de Caxias
Para compartilhar saberes e novas aprendizagens, a Terra dos Homens, através do Programa Raízes Locais (PRL), realizou a oficina “A importância da Primeira Infância para os Profissionais do Sistema de Garantia dos Direitos (SGD)”, nos dias 26 e 27 de abril, no Auditório da Secretaria Municipal de Educação (SME), em Duque de Caxias. A ação, executada pelo Espaço da Imaginação, projeto financiado pela Petrobrás, visou contribuir na busca de um novo olhar para a Infância e possibilitar aos profissionais do SGD uma articulação maior para assegurar a atenção adequada aos direitos das crianças.
No primeiro dia, Marcy Gomes, psicóloga da Terra dos Homens, iniciou a oficina com a pergunta: “O que é família?”. A partir deste questionamento os participantes foram trazendo seus conceitos sobre as diversas organizações familiares. Com isso, os profissionais presentes identificaram as necessidades das famílias e que as carências podem ser de diversas naturezas. Ao discorrer do tema, o grupo entendeu que não existem famílias desestruturadas e que o atendimento aos que procuram os serviços do SGD deve ter um olhar cuidadoso do profissional a cerca dos problemas apresentados pela família e que uma das funções do profissional é a de identifique as capacidades e competências da família.
Na parte da tarde, a pedagoga Denise Mariano abordou o tema “As novas perspectivas no atendimento a criança”. A segunda oficina do dia fez com que os participantes relembrassem a infância, um momento de grande interação entre os presentes. A intenção da facilitadora da oficina era a de proporcionar ao grupo olhar para as suas infâncias e lembrar quais foram os pontos que gostariam ressaltar, dentre eles as vivências positivas e as não muito boas. Após, Denise apresentou a criança como sujeito de direito e explicou que tudo deve ser pensado visando atender as necessidades das crianças. O que, segundo a palestrante, requer planejamento para a viabilidade desse atendimento. Denise ainda ressaltou que as atividades do cuidar e educar devem estar juntos uma vez que a criança é cidadã, sujeito histórico, social, cultural e de Direitos.
No segundo dia, a apresentação de Luciano Ramos, coordenador do Programa Raízes Locais (PRL), sobre o Plano Nacional da Primeira Infância/ Marco Legal da Primeira Infância promoveu uma atmosfera de interação e compartilhamento de conhecimentos. O palestrante propôs que os profissionais presentes fizessem uma análise da infância, para isso solicitou que as pessoas se dividissem em duplas.
Logo após a conversa, o grupo expôs o que mais chamou atenção na fala da outro. O resultado mostrou a diferença da infância no passado e atualmente. Com toda a discussão estabelecida, Luciano salientou a importância dos adultos continuarem brincando e se divertindo. O coordenador do PRL ainda abordou a necessidade de criar vínculos com as crianças, adolescentes e famílias atendidas. “Precisamos dar linha, sonhar e não perder a capacidade de sonhar. Entrei na área social porque quero e acredito que posso fazer algo para mudar a realidade atual. Temos que ter outro olhar. Prestar atenção no que a criança tem para oferecer. Precisamos criar vínculos, nos relacionar com as crianças, adolescentes e família”, disse.
Na parte da tarde, Rose Magalhães, coordenadora do Espaço da Imaginação, abordou a História da Infância. Após uma rápida dinâmica, a oficina contou com a leitura de um texto de Rose que tem como titulo “Inesquecíveis lembranças”. Posteriormente, a pedagoga abordou sobre a criança como sujeito da sua história. O clima de descontração deu início a brincadeira “Zip Zap Zop”, que buscou promover uma interação entre os profissionais presentes.
Após todo momento de descontração e interação, Rose estabeleceu uma discussão entre a concepção do “ser criança x infância”. O grupo de profissionais presentes entendeu que sempre existiu a crianças, mas o termo infância é recente, pois as crianças não tinham direitos estabelecidos com têm atualmente. Diante de todo debate, a coordenadora do Espaço da Imaginação sugeriu fazer uma roda de conversa para analisar como os profissionais lidam com as cargas da vida através de suas particularidades. A partir daí, os participantes da oficina desenvolveram debates e, até, apresentações de peças simulando a realidade das crianças e adolescentes atendidos. Tudo que foi exposto mostrou que é necessário entender e analisar o que a criança/adolescente passa na sua realidade cotidiana.
A oficina “A importância da Primeira Infância para os Profissionais do Sistema de Garantia dos Direitos” promoveu uma dinâmica de trocas de experiências e compartilhamento de conhecimentos. Os profissionais saíram muito satisfeitos com que foi apresentado. Milton Fronza, pedagogo da Casa Social Reviver, reafirmou essa verdade. “Já participei de vários processos de formação e sempre gosto, e faço questão de participar, dessas trocas. A troca é aprendizagem, tanto quando a gente ouve a história do outro, também quando contamos nossas histórias, pois é um momento de construção e de aprendizagem. Pois quando falamos do nosso trabalho temos que elaborar, compreender e sintetizar, mas também um momento de ouvir o outro. Essa é a melhor forma de formação permanente. Quando olhamos para o trabalho do outro e para o nosso, analisamos o que pode ser mudado, transformado e o que necessita ser feito que eu não esteja fazendo”, ressaltou.
De acordo com as avaliações dos participantes os temas abordados trouxeram contribuições importantes para os seus públicos e contribuíram com sugestões para o trabalho da Terra dos Homens.