Adolescentes da favela da Mangueirinha realizam evento em prol da redução da violência
A realidade de confrontos armados e insegurança na favela da Mangueirinha atinge muitas crianças e adolescentes. Muitos deles se veem em meio a tiroteios na hora de ir para a escola. Muitos deles não se sentem seguros de brincar nas ruas da comunidade, já que tem poucas áreas de lazer. Com isso, muitos deles deixam de exercer os direitos humanos fundamentais, como à educação, ao lazer, à dignidade, à saúde, à convivência familiar e comunitária.
Adolescentes da favela da Mangueirinha decidiram falar sobre a violência. Conhecidos como Jovens Líderes, atividade desenvolvida pela Terra dos Homens, estes meninos e meninas utilizaram uma maneira artística para chamar a atenção de aproximadamente 100 alunos da Escola Estadual Parque Senhor do Bonfim. No dia 7 de junho, osadolescentes usaram estratégias de comunicação, trabalhadas pela equipe da Terra dos Homens, para disseminar a informação da não-violência.
Para isto, os meninos e meninas encenaram a música “O Homem Que Não Tinha Nada”, do Projota. A canção traz a reflexão dos problemas sociais enfrentados pela população brasileira. Questões como tráfico de drogas, vida na periferia e/ou favelas, a pobreza da grande parte da população brasileira, problemas em transporte e violência são alguns dos temas abordados na música.
A encenação chamou a atenção não só dos alunos, como dos professores. “Me surpreendeu a quantidade de adolescentes envolvidos neste projeto. Me chamou atenção os adolescentes que representaram nesta apresentação. A equipe da Terra do Homens está de parabéns pelo trabalho realizado.”, disse um dos professores presentes. A emoção foi tanta que teve professor abraçando os alunos um a um.
A apresentação não parou por aí. O Jovens Líderes cantaram o rap “Violência Não”, música composta por um das participantes do grupo. “A desenvoltura deles chamou a atenção de todos na escola. Tanto que a direção pediu para repetir a apresentação no período da tarde. Eles estão evoluindo muito, e muito rápido.”, disse Beatriz Matos, assessora da coordenação do Programa Raízes Locais.