O Professor Tarcísio Padilha foi, durante muitos anos, o Presidente de Honra da Associação Brasileira Terra dos Homens - ABTH. Foi também, durante sua longa vida, esposo e pai amoroso, grande intelectual, o membro ilustre de inúmeras associações brasileiras e estrangeiras. Foi talvez, acima de tudo, um Filósofo e um grande Professor, daqueles raros que buscava educar as sensibilidades e moldar as almas. Duas palavras estiveram presentes de modo especial em sua vida: Urdidura e Ontológico.
Urdidura, como construção, como teia, como tecido, elaboração contínua, e nunca terminada, como processo;
Ontológico, como reflexão sobre o Ser, como o estudo do Ser, como a busca pelo sentido do Ser.
E assim foi a sua longa vida, fazendo dessas duas palavras e com essas palavras, um exercício cotidiano. Havia nele uma elegância do espírito, um esforço para que o interlocutor se sentisse à vontade, confortável, em sua companhia. Havia nele uma simpatia natural que conseguia não tornar opressivas, aos que lhe rodeavam, sua imensa erudição, sua vasta cultura, procurava suspender seus saberes para estar e se aproximar de todos. Acreditava na construção coletiva, na busca de sentidos possíveis, na força dos encontros e dos relacionamentos, a partir da realidade de cada um.
Tê-lo como Presidente de Honra da ABTH foi uma fonte de inspiração, de encorajamento, de superação. Ajudou-nos a fazer reverberar com maior intensidade a nossa mensagem ajudou-nos a ver com maior clareza os desdobramentos e a responsabilidade de nossa Missão.
Para a ABTH, certamente deixou sua mensagem de fé na humanidade. Não viu realizado o mundo que sonhou, mas sonhou todos os sonhos possíveis de um mundo melhor. Cabe-nos agora continuar sua luta, irmanados na sua fé, com coragem e esperança. Esperança foi uma outra palavra muito utilizada por ele, e acima de tudo, vivida profundamente, como verdadeiro Filósofo da Esperança.
Obrigado Professor, até um dia, até sempre.
Tarcísio Padilha (1928-2021) | Missa sétimo dia