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poesia - 16 de abril

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Poesia 16 de abril, de Mafê Bomfim.

Você, não! O que é isso? Não, isso não se faz
Você deveria me respeitar, sem me machucar
Assim? Tenho medo, calafrio!
Como pessoas que chamo de senhor
Se acham confusas na própria ilusão
E eu criança, ferida na escuridão

Atenção a todos
TODOS! Ele parece confiável, eu repito PARECE!
Mas, sou eu criança que padece 
Alerta, me ouve, não me esquece
Não me toque aqui, não me aperte quero só ser criança

Preciso de sonhos e não pesadelos
Quero tudo de bom
Estou cansado de gente grande
Quero o carinho que não constrange

Eu nunca de sobrevivente me chamei
Sobreviver implica que eu lutei, 
eu tentei 
Então eu não posso me chamar de sobrevivente
Eu não contei isso a ninguém da minha família
Ao invés, eu soco
Eu levanto peso, eu aprendi a bater
Fraco? Agora isso de mim não podem dizer
Eu sou forte, eu sei como lutar agora
Você sabia que agora, se por azar do destino te encontrasse, eu faria você confessar?
Eu não sei do que me chamar
Ninguém sabe do que me chama
Até hoje eu não sei como expressar, nem se devo contar.

Não entendo como não vão acreditar, é um serzinho usando sua única voz para denunciar.
Quando tiver a minha cria eu vou ensinar a cantar que:

Meu corpinho, Meu corpinho, 
não vai tocar, não vai tocar
E se alguém encostar 
E se alguém encostar
Eu vou gritar, Eu vou contar